Investidores aguardam por mais definições sobre política econômica, enquanto ajustam as carteiras a possíveis cenários de maior intervenção em estatais


Os ativos de grandes empresas brasileiras negociadas no exterior reagem negativamente ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais, em meio às incertezas sobre a política econômica do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e também com temores sobre intervenção nas estatais.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial, neste domingo, e voltará à Presidência pela terceira vez, impondo uma inédita derrota nas urnas a um ocupante do Palácio do Planalto que buscava um segundo mandato. Com 99,99% das seções eleitorais apuradas, Lula alcançou 50,90% dos votos válidos, contra 49,10%, sendo declarado vencedor pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na disputa mais acirrada da redemocratização.

De acordo com analistas ouvidos pelo InfoMoney no último domingo, a projeção já era de uma sessão negativa para o mercado nesta segunda-feira (31) pós-eleição, ainda que o movimento possa se atenuar à medida que haja menos incertezas com relação às políticas do eleito para a presidência.

Os ativos negociados no pré-market na Bolsa de Nova York já refletem o noticiário eleitoral. Às 7h30 (horário de Brasília) desta segunda, o o MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal ETF (fundo de gestão passiva) atrelado à Bolsa brasileira caía 5,69% na NYSE, a US$ 29,66. Os ADRs (recibo de ações, na prática, ativos negociados das empresas brasileiras na NYSE) ordinários da Petrobras (PETR3) tinham baixa de 9,44%, a US$ 12,18, enquanto os PBR-A, relativos aos preferenciais PETR4 tinham queda de 8,98% no mesmo horário, a US$ 11,15.