"Queremos justiça e estamos empenhados
para isso" é o que pede a família das vítimas.
Evitar que
mulheres morram ao dar à luz é hoje o drama do Brasil. O índice de mortalidade
materna é um dos melhores parâmetros para avaliar a qualidade da saúde de um
país. Quando muitas mulheres perdem a vida durante a gestação, no parto ou nos
42 dias seguintes a ele – o critério técnico que define morte materna –, é
sinal de que todo o sistema de saúde funciona mal. Mulheres jovens em pleno
exercício da função natural de ter filhos não deveriam morrer. Principalmente
com a tecnologia disponível em 2014: exames precisos, cirurgias modernas,
antibióticos potentes.
Qualquer morte é uma tragédia. Nesse caso, o escândalo é
maior porque mais de 90% dos óbitos poderiam ter sido evitados. Corroborando
com essa estatística encontramos mais um caso de uma jovem gestante da Cidade
de Santa Maria do Cambucá localizada no Agreste Setentrional de Pernambuco, que
pode ter sido vítima dessa fatídica realidade.
Foto: Divulgação
Vanessa Maria
de Lima uma jovem Santa-mariense com apenas 21 anos, casada, deixou uma filha
com quatro anos de idade. A menina, que viu a mãe sair de casa alegre porque iria
dar a luz um menino, não viu sua mãe voltar, e não conheceu seu irmão. Hoje
mora na casa da avó paterna, e vive o drama de ter que crescer sem a presença
de sua mãe. Vanessa saiu às 7h00 da manhã do dia 28 de junho, sentindo
contrações para dar a luz com sua mãe, Dona Vanussa e seu cunhado Claudio
Silva. No trajeto, seu cunhado Claudio pergunta para que hospital ela desejaria
ir, então Vanessa respondeu que era melhor ir para o município vizinho de
Vertentes/PE já que lá, eles tem uma maternidade.
Segundo
relato da família a gestante deu entrada aproximadamente às 08h10 da manhã na
maternidade de Vertentes/ PE, onde logo foi encaminhada para sala de repouso, ficando
em observação até as 10h00 da manhã, foi quando então a equipe de enfermagem da
maternidade começou a realizar os procedimentos para realização do parto, que
até então, seria “normal”. Segundo Claudio Silva seu cunhado, o médico chegou
para fazer uma avaliação por volta de 12h00 (meio dia) e constatou a
dificuldade de realização do parto. Imediatamente o Médico solicitou ao SAMU a transferência
da paciente que foi encaminhada para o Hospital Jesus Nazareno - FUSAM em Caruaru
as 16h00 da tarde, após o termino do jogo da Seleção Brasileira. Ao dar entrada
na FUSAM, Vanessa teve uma parada respiratória sendo encaminhada imediatamente para
o Bloco Cirúrgico, para retirada do bebê que se encontrava morto dentro dela.
Após todos os procedimentos Vanessa foi levada para o Hospital Mestre Vitalino,
aonde veio a falecer na madrugada do dia 29. No óbito a causa da morte é
descrita por Coagulação Intravascular Disseminada; Choque Hipovolêmico; Ruptura
Uterina Durante o Parto.
Entre
as reclamações da família estão, a demora em transferir a jovem, além de
imperícia, imprudência e negligência.
O
caso foi encaminhado às autoridades e os familiares esperam o termino das
investigações para entrar com uma ação contra os responsáveis. “Sabemos que a
vida dela e do bebê não voltam mais, mas queremos justiça e estamos empenhados
para isso”, afirma Claudio Silva Cunhado da vítima.
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