Vacina começa a ser ofertada neste mês, mas de forma escalonada. Doze Estados começam em julho, outros 12 em agosto e o restante - entre eles, São Paulo - começa em setembro
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O Sistema Único de Saúde (SUS) vai ofertar a vacina contra hepatite A. A incorporação do imunizante ao calendário nacional, anunciada nesta terça-feira (29), pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, ocorre dois anos depois da recomendação da Conitec, comissão criada pelo governo para nortear a incorporação de novas tecnologias. A vacina será recomendada em uma dose, para crianças maiores de um ano e menores de dois anos.
"Há estudos que mostram que apenas uma aplicação é suficiente para desenvolver imunidade para a vida", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
A vacina começa a ser ofertada neste mês, mas de forma escalonada. Doze Estados começam em julho, outros 12 em agosto e o restante - entre eles, São Paulo - começa em setembro. A partir de então, todos os postos de saúde de todo o Brasil vão ofertar a vacina de forma rotineira. Com a incorporação, o Brasil passa a ofertar todas as vacinas recomendadas pela Organização da Mundial da Saúde.
A vacina de Hepatite é alvo de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo entre o Ministério da Saúde e o laboratório da Merck Sharp e o Butantã. A expectativa é a de que até 2018 a incorporação de tecnologia pelo instituto brasileiro esteja concluída.
A doença é muito comum. "Os casos identificados são a ponta do iceberg", afirmou Barbosa. A doença está relacionada a condições sanitárias precárias. De 1999 a 2013, foram registrados 151.436 infecções. Entre 1999 a 2012, foram 716 mortes. Embora o País tenha reduzido o número de casos, nos últimos anos, há o maior risco de casos graves. "Com a melhora da situação sanitária, o contato com o vírus foi retardado. E quanto mais tarde o contato maior o risco de casos graves", explicou Barbosa. A doença infecciosa é provocada por um vírus, que atinge o fígado. Ela é transmitida via oral, por água e alimentos contaminados.
O ministro Chioro atribuiu os dois anos de espera entre a recomendação da vacina e sua efetiva incorporação à consolidação da PDP. "É um investimento que vale a pena. Teremos uma redução significativa de mortes e de número de casos", avaliou o ministro. "Com a mudança do perfil dos pacientes, é preciso estender a vacinação. Isso permitir uma mudança no padrão da doença", completou.
Barbosa observou que, além das negociações sobre a PDP, a incorporação da vacina exigiu um esforço para melhorar a logística. "Tivemos de fazer uma investimento de R$ 50 milhões para rede de frio, responsável pelo armazenamento dos remédios." A Conitec havia recomendado, no início, duas doses. "Verificamos que a capacidade de resposta imunológica foi a mesma, independentemente se são uma ou duas doses", disse Barbosa.
Este ano, outra vacina será incorporada: a DTP acelular para grávida. A expectativa é de que isso ocorra até o fim do ano. "Seremos o primeiro país da América Latina a usar em gestantes", disse Barbosa.
Estadão Conteúdo
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