Confira os cargos que apresentam oportunidades de carreiras mais atrativas em áreas como finanças, marketing, TI e RH
A economia em ritmo mais lento tem causado algumas mudanças na gangorra
das profissões. É o que revela levantamento recente feito pela Page Personnel,
empresa de recrutamento especializada em profissionais técnicos e de suporte à
gestão. De acordo com Ricardo Haag, gerente-executivo da consultoria, os
últimos quatro anos da economia brasileira foram marcados pela abertura de um
grande número de vagas, com empresas tentando atrair candidatos com potencial
para enfrentar o que seria o boom do mercado brasileiro, mas
também pelas dificuldades para contratação de mão de obra qualificada.
No entanto, diz Haag, este cenário mudou, e maio de 2014 registrou o
pior resultado na criação de novas posições formais dos últimos 22 anos. Parte
deste resultado negativo foi marcado pelo fraco desempenho da indústria, que
apresentou uma queda de 0,8% em seu resultado em relação ao primeiro trimestre
do ano passado. Entre janeiro e maio deste ano, foram criados 543.231 postos de
trabalho, o pior resultado para os cinco primeiros meses de um ano desde 2009.
Em relação ao mesmo período do ano passado, e queda é de 18,8%. Este ritmo
lento da economia brasileira, que apresentou um crescimento de 0,2% do PIB no
primeiro semestre de 2014, muda a configuração do mercado de trabalho, ressalta
o executivo:
— O menor número de posições criadas faz com que profissionais passem
mais tempo buscando novas oportunidades e “entre empregos”, cenário parecido
com o ano de 2009, marcado pelo período pós-crise.
Hoje, segundo o gerente-executivo da Page Personnel, os setores de
agronegócios, construção civil e serviços são responsáveis por mais de 70% das
posições trabalhadas pela consultoria e passam a apresentar oportunidades de
carreiras mais atrativas, maior número de vagas, e crescimento mais acelerado
para seus profissionais.
E com o desempenho ruim da economia, desligamentos, vagas “congeladas” e
um número menor de posições abertas, as empresas passaram a ficar mais
exigentes em suas contratações e com os profissionais que compõem seus quadros
de funcionários. Hoje, estão em busca daqueles mais experientes e que possam suportar
momentos mais turbulentos:
— Essa mudança no cenário causou uma procura mais intensa por pessoas
com esse perfil. Cerca de 80% das posições que trabalhamos este ano foram
substituições de profissionais que já faziam parte do quadro das empresas e foram
trocados principalmente pela falta de idiomas, cursos necessários para
desempenhar certas atividades, desempenho abaixo do esperado e motivos
comportamentais.
Mas qual o perfil desejado pelas organizações? Haag afirma que os
empregadores buscam cada vez mais profissionais com conhecimentos em idiomas
(principalmente o inglês) devido à necessidade de autonomia para fazer contatos
constantes com a matriz, além de trabalharem lado a lado com gerentes e
diretores expatriados de outras operações.
E tem mais, acrescenta: graduação e cursos específicos são cada vez mais
exigidos pelo mercado, principalmente para áreas como logística, engenharias,
contabilidade e tributos. Ele cita o caso de profissionais sem graduação que
atuam em ciências contábeis e encontram cada vez mais dificuldade para se
recolocar na área, mesmo com experiência profissional comprovada.
CONFIRA O SOBE E DESCE DE 2014:
ALTOS E BAIXOS
Os cargos que hoje estão em baixa
passam por processos de cortes de custos, falta de novos projetos, redução de
equipes ou excesso de profissionais no mercado com experiência na função. Já as
posições consideradas em alta apresentam menor número de profissionais
qualificados ou a necessidade especifica de algum conhecimento.
— Um bom exemplo são os analistas de
custos. Nos últimos meses, o mercado está aquecido para esses profissionais,
devido ao momento de cortes de custos que as empresas vêm passando. Podemos
também citar os analistas de remuneração, que passaram a reavaliar as
estruturas de cargos e salários das companhias onde trabalham, buscando ser
mais competitivos e otimizar os recursos paras novas contratações.
Haag ressalta que, apesar do momento e
menor número de contratações, ainda existe um grande volume de vagas para
profissionais bem preparados, principalmente aqueles que possuem conhecimentos
em idiomas e estão dispostos a “vestir a camisa” das corporações.
De acordo com o levantamento da Page
Personnel, há mais cargos em alta do que em baixa, apesar de o cenário ser
menos favorável este ano. Na área de finanças, por exemplo, os cargos em alta
são analista de tributos diretos, analista de custos e analista de planejamento
financeiro. Neste setor, analista contábil e de RI apresentaram queda de
demanda.
Em Tecnologia da Informação, os profissionais mais requisitados são
analista de suporte, coordenador de infraestrutura e analista de
infraestrutura. Os postos em baixa são desenvolvedor. net e analista de
sistema. Já em engenharia, as especialidades que estão sendo mais requisitadas
pelas empresas são saúde, segurança e meio ambiente. Engenheiro de projetos, no
entanto, teve queda neste ano.
Fonte: O Globo
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