Felipão testou alternativas no treino: Fred, Hulk e Fernandinho saíram para as entradas de Jô, Willian e Paulinho
Felipão conversa com Willian na Granja Comary: meia pode ser novidade no time - Agência O Globo
TERESÓPOLIS — Como uma
espécie de penitência, Brasil e Holanda pisam o gramado do Mané Garrincha, às
17h deste sábado, para a mais ingrata das missões: disputar o terceiro lugar da
Copa do Mundo. Nenhum dos jogadores gostaria de estar ali. Em especial os brasileiros.
Seja qual for o resultado do jogo, é quase certo que não irá se sobrepor aos 7
a 1 aplicados pela Alemanha na semifinal. Pelo contrário, uma nova derrota será
apenas um ingrediente a mais na lista de equívocos cometidos ao longo do
Mundial.
A preparação para o
jogo aconteceu num cenário que parecia sob medida. Na sexta-feira, a Granja
Comary, em Teresópolis, teve uma das manhãs mais frias desde a chegada da
seleção. Chovia muito. O ambiente era tão pouco convidativo a um treino quanto
o espírito dos jogadores.
Aos poucos, a atmosfera
se tornou mais descontraída e houve algumas brincadeiras. Após exercícios
táticos, em que a defesa foi mais exigida, houve um treino recreativo. Quando
trabalhou a parte tática, Felipão pôs Henrique na zaga, no lugar de Thiago
Silva, que foi poupado, mas tem condição de jogo. Três titulares treinaram
entre os reservas: Fred, Hulk e Fernandinho. Deram lugar a Jô, Willian e
Paulinho, respectivamente. Neymar, que estará hoje com o time em Brasília, não
apareceu na beira do gramado na manhã de sexta, mas viajou com a delegação à
tarde.
Nos últimos dias, a
comissão técnica fez um grande esforço para motivar o time. Houve reuniões com
os jogadores em que, mais do que apontar os tantos erros cometidos durante o
massacre imposto pelos alemães, tratou-se de mobilizar a equipe para o jogo com
a Holanda.
— A vida segue. Todos
vamos buscar outros objetivos. O primeiro deles é o terceiro lugar da Copa do
Mundo. Este se tornou o nosso novo sonho — disse Felipão na entrevista coletiva
da última quarta-feira.
Se há algo que pode
movê-lo é uma rivalidade com o treinador holandês, Louis Van Gaal. No início do
Mundial, incomodado com a tabela da terceira rodada, que colocava o Brasil para
jogar antes da Holanda, com uma vantagem de “escolher” seu adversário nas
oitavas de final, Van Gaal reclamou publicamente. Felipão reagiu dizendo que
tais reclamações eram coisa de alguém “burro ou mal intencionado”. Felipão
voltou a dar estocadas no rival quando a Holanda se classificou às quartas com
um pênalti duvidoso marcado sobre Robben. Na sexta-feira, Van Gaal voltou a
reclamar que teve um dia a menos que o Brasil para se preparar para a disputa
do terceiro lugar. Um jogo que, segundo o holandês, nem deveria existir.
DESPREZO À TORCIDA
Os jogadores
brasileiros continuam recebendo apoio da torcida. Cerca de 100 torcedores
estavam na porta do Centro de Treinamento e outros tantos num condomínio ao
lado do campo em que a seleção se exercitou. Levaram faixas de apoio e gritaram
pelos jogadores mais queridos. No início, a retribuição veio em forma de
acenos. Mas assim que Felipão encerrou a atividade, os jogadores viraram as
costas e foram para os vestiários. Mais um erro para a coleção brasileira nesta
Copa. Foi a cena final da passagem do time por Teresópolis, que agora volta à
vida normal.
Fonte: O Globo
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